segunda-feira, 11 de julho de 2011

CANSADO(A) DE IGREJA?


fonte: http://levidad.com.iwi.com.br/isa/metalland/
Tem sido cada vez mais comum ouvir gente dizendo estar cansada de igreja. Acho que entendo a que se referem aqueles que dizem isso: parecem estar cansados desse exercício cotidiano de autoritarismo por parte de alguns líderes, travestido de "autoridade espiritual"; da corrupção do ministério cristão algures, por ter cedido às exigências da cultura "gospel" e da religião de mercado; da ignorância bíblico-teológica patente de alguns pregadores, alguns dos quais veiculados por grandes mídias; da prestidigitação em que se converteram alguns púlpitos evangélicos, verdadeira desgraça para a tradição cristã; etc. 

Pra começar, então, imagino que não se refiram ao conceito de igreja, segundo o NT, a chamada "ekklesia" (para o latim "ecclesia" > port. igreja), isto é, comunidade dos santos, lugar por excelência onde se experimenta a vida cristã, aprimoram-se os dons (para serviço), e se corrobora para a formação do caráter propriamente cristão. Mas acredito que, por desespero ou por falta de paciência, alguns têm - como diz o adágio - "jogado a água suja fora com o bebê dentro", ignorando as virtudes e a necessidade de permanecer em comunidade para o exercício da fé, vendo apenas o que há de ruim, ou podre mesmo. Nesse caso, sugiro uma correção do olhar. Penso, então, que neste caso "estar cansado da igreja" só pode significar "estar cansado" do outro, da vida comunitária, da partilha, do exercício interessado e desinteressado do amor. Com tudo o que implica se reunir com pessoas semiconhecidas, amigas ou não, a igreja nos ensina a salutar arte do convívio, regada pela graça de Deus. O exercício da fé fora de uma comunidade cristã consiste em pretexto para não amar e ser amado, com a exigência que nos faz de doar o que e quem somos para nossos irmãos e irmãs. 

Não há lugar para abatimento e desistência no meio da caminhada; quem abraçou o discipulado insiste com a própria incapacidade de acolhimento e luta contra as forças mundanas da dispersão. Busca remover os obstáculos à fé com a oração (nossa e a dos outros que nos suportam em amor), com a partilha, com a esperança de que o mundo se torne mais de Deus e menos nosso.




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